Wednesday, May 30, 2007

Little paper box

Já sei! Tive uma daquelas ideias de negócios de milhões...Sim, a sério, vinha na rua depois de ter chovido e veio aquele aroma a terra, intensificado pelas primeiras chuvas. Sabes como é... Não te ficas a sentir logo melhor quando sentes isso? Então, vamos pôr esse cheiro em caixas! Sim, uma caixinha que podes trazer no bolso e mesmo que não chova, muda-te logo o humor. É genial, não é? Sei lá, vinha a pensar na vida, nas coisas, e sabes como é quando começo com isso...então chegou-me esse aquilo, assim do nada, como que no momento exacto para mudar de humor. São giras estas coincidências.
Mas isto traz-me outro pensamento, é justo manipularmos assim o nosso humor? Com esta caixinha conseguíamos, mas será que era suposto? Parece que estaria a forçar a felicidade, não achas?...Sim, talvez tenhas razão. Não é o que andamos todos a fazer, com ou sem caixa, dentro das nossas caixas?

Saturday, May 26, 2007

Vincos

-Então, já de volta? voltaste a fazer das tuas, não é?
-Não te consigo enganar, pois não?
-Tens piada, quem te conheceria melhor que eu? Foram eles a aturar-te a tua vida toda? Conheço-te cada vinco, meu amigo... e cá está, voltaste a ficar todo enrodilhado, mesmo assim, estás com os mesmos vincos, a água passou, o calor cauterizante do ferro, e estes vincos ficaram.
-Sim, se calhar não são só vincos, são jeitos deste Fato, ao sair tão barato, tinha de ter erros, não é?
-Então não queres corrigir os vincos? Queres é um Fato novo, é isso?
-Achas que posso?
-Perguntas-me a mim? Eu só te conheço a ti, pensa lá se não és tu que dobras o Fato de tal maneira para desculpares a maneira como és desleixado? Um Fato novo traz-te o quê? Novas cores para enrugares? Um sentimento novo na pele durante os primeiros instantes?
- Sabes, se calhar arranjava daqueles grandes, tipo Fato de Mergulho, um que não trouxesse garrafa de oxigénio...
-Deixa-te de tretas. Essas fantasias servem-te para te enrolares mais no teu Fato, que começa a rasgar de tanto te mexeres nele.
-Então, cá está, arranjo um mais largo, um em que possa pôr as mãos dentro das mangas e se não as vir, nem as pessoas as virem, não estrago nada, não faço vincos.
-Porque é que desistes? Há muito para remendar neste Fato, e fica tão melhor quando remendado, tão mais resistente.
-Engraçado, dito assim, parece que não me conheces. Sabes o outro Fato, aquele que está guardado, ainda o tens? Podíamos junta-lo a este, assim uma combinação engraçada.
-Por favor, que ideia é essa? Esse é nosso, é teu, vais mostra-lo assim, sem mais nem menos? Faz assim, toma este bocado de tecido, encontrei-o ali. Começa por este bocadinho, e toma atenção a partir de agora, há mais remendos espalhados no chão. Apanha-los e decide se é com isso que queres remendar o teu Fato. Mas vá lá, passa-me esse a ferro.



Friday, May 18, 2007

Sunday, May 13, 2007

Caminho

O passeio estende-se ao infinito, ele olha-o com esperança e continua, sempre com o seu passo veloz, desfrutando o que vai passando e dando a mão a quem a aceitar, para caminhar também. O Ar começa a pesar, mas a gravidade não pesa nos seus olhos, e olha então, em frente, com a convicção dos lutadores e a força dos caminhantes.
Segue, o que para trás ficar, voltará se tiver o seu lugar lá à frente. As fissuras no passeio desenham-lhe aventuras e desventuras e ele sorri, como sorria quando havia nuvens. Há tanto que todos os dias se desenha, dentro e fora de nós, e talvez saber reconhece-lo seja algo de bom, da mesma forma que é bom saber distinguir os rabiscos de uma criança. Sorri novamente, o ar pesado trouxe o cheiro da terra e a brisa que lhe acaricia as costas mostra-lhe cheiros familiares. Aquela terra, aquela lareira, aquelas mãos quentes, dançam-lhe na face, alimentando-lhe a memória, e a memória, por sua vez, faz-lhe os olhos dançar, até aqueles lugares.
Tropeça num degrau, distraído com as mil-cores do passado. Não faz mal, foi só um tropeço, nem teve a força para fazer
frente
à investida. A força de vontade aumenta e o passo alarga. Passa por pessoas, umas acompanham o passo, outras viram na primeira curva, mas ele, segue o caminho, em frente, sempre em frente, no sentido dos sonhos e dos novos aromas, aqueles que o vento não traz e que a vista não alcança.
E nada disto o atrasa, segue, sempre em
frente
, de cabeça erguida e de uma inspiração limpa, até lá, o sítio desenhado no passeio, que desaparece entre os seus pés.

Wednesday, May 2, 2007

There’s something about the look in your eyes
Something I noticed when the light was just right

It reminded me twice that I was alive
And it reminded me that you’re so worth the fight

My biggest fear will be the rescue of me
Strange how it turns out that way, yeah
Could you show me dear?
Something I’m not seeing
Something infinitely interesting
Could you show me dear?
Something I’m not seeing
Something infinitely interesting

There’s something about the way you move
I see your mouth in slow motion when you sing
Like suddenly something someone contrives
Your movements echo that I have seen the real thing

Your biggest fear will be the rescue of you
Strange how it turns out that way, yeah
Could you show me dear?
Something I’m not seeing
Something infinitely interesting
Could you show me dear?
Something I’m not seeing
Something infinitely interesting


Echo- Incubus